FUP e sindicatos realizam primeira reunião com a gestão da PBio para debater o futuro da empresa e dos trabalhadores
Dirigentes da FUP e dos Sindipetros MG, BA e CE participaram nesta quarta-feira, 17, da primeira de uma série de reuniões que discutirão com a gestão da Petrobrás Biocombustível (PBio) o futuro da empresa e de seus trabalhadores.
O processo de negociação foi garantido em novembro, durante a campanha reivindicatória, quando foi definido um calendário de reuniões mensais, que serão realizadas ao longo do primeiro semestre de 2024, com os sindicatos da FUP que têm bases da subsidiária.
A reunião presencial desta quarta, realizada no Rio de Janeiro, abriu as rodadas de negociação, com a participação de diretores da PBio, incluindo o presidente Danilo Campos, e um representante da Diretoria de Transição Energética da Petrobrás.
A FUP e seus sindicatos relembraram o contexto da construção do calendário de reuniões, reforçando as diversas lutas realizadas contra o fechamento e a privatização da PBio e em defesa das pautas específicas dos seus trabalhadores.
“Ressaltamos que há uma grande expectativa da categoria em avançar, diante da situação que passamos nos últimos anos, com risco de perda de empregos, falta de isonomia em relação ao Sistema Petrobrás e falta de perspectivas sobre o futuro”, informa o diretor da FUP e do Sindipetro MG, Felipe Pinheiro Paiva.
As lideranças sindicais enfatizaram a necessidade de fortalecimento da PBio e de retomada dos investimentos, ressaltando a importância da empresa na reconstrução do Sistema Petrobrás e do Brasil, principalmente nos projetos de transição energética, com envolvimento da agricultura familiar e incentivo ao desenvolvimento regional do país.
“Cobramos a retirada da PBio do processo de desinvestimento, em alinhamento com o novo Plano de Negócios da Petrobrás e o programa do governo Lula que foi eleito nas urnas”, ressalta Felipe.
A próxima reunião será realizada na segunda quinzena de fevereiro, quando a gestão da PBio se comprometeu em apresentar propostas concretas para o fortalecimento da subsidiária, em conjunto com a Petrobrás, que é a empresa controladora. Foi acordado que a FUP convidará especialistas do INEEP e do DIEESE para apresentarem contribuições técnicas nessa discussão.
“É preciso saber quanto dinheiro esse país perdeu nesses dez anos de atraso dessa empresa, quanto salário deixou de ser pago, quanto que esse pais perdeu em competição tecnológica”, afirmou, mandando o recado para o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates: “você tem que descobrir cada funcionário que foi demitido daqui e traga ele de volta pra cá… o nosso lema é ninguém solta a mão de ninguém e ninguém deixa um companheiro para trás”.
Durante a cerimônia, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, fez um pronunciamento em nome dos trabalhadores e dividiu a fala com o presidente do Sindipetro PE/PB, Sinésio Pontes, que homenageou o petroleiro Luiz Lourenzon, ex-diretor da FUP e ex-presidente do Sindicato, que faleceu em 20 de abril de 2023.
“Estamos vendo aqui a realização de um sonho, que tentou ser destruído pela operação Lava Jato e que teve, infelizmente, o apoio de alguns brasileiros e brasileiras. Essa obra ficou paralisada por anos, um crime contra a nossa Petrobrás, um crime contra o Brasil e, com certeza, os que cometeram esse crime e outros crimes, inclusive contra o presidente Lula, pagarão por isso”, declarou Bacelar.